Steve Ballmer envia sua última carta aos acionistas da Microsoft

Há um ano, mais ou menos na mesma época, Steve Ballmer enviou uma carta aos acionistas da Microsoft na qual revisava a estratégia da empresa. O Windows 8 e o Surface estavam a apenas alguns dias do lançamento, e Ballmer mudou tudo. De uma empresa de software, eles se tornaram uma empresa de dispositivos e serviços.

Durante este ano ouvimos muito essas três palavras, palavras que Ballmer repetiu sempre que teve oportunidade, como se fosse um mantra. E a verdade é que não apenas os ouvimos: também os vimos. O Xbox One, a reorganização estrutural, a compra da Nokia, o novo Surface... Cada um dos passos importantes que a Microsoft deu este ano foi focado na integração de todo o ecossistema, em fornecer a melhor experiência do usuário em qualquer formato.Steve Ballmer continua insistindo nessa abordagem na carta deste ano, e desta vez revela um pouco mais sobre sua estratégia. O foco principal da Microsoft serão as atividades mais valorizadas pelos usuários, tanto pessoas físicas quanto empresas. Onde cada um dos produtos se encaixa aqui?

Serviços atrairão usuários, dispositivos e divisões de negócios trarão dinheiro.

"A ideia é que os serviços para os usuários sejam os que fazem a diferença. Ballmer cita o Bing e o Skype como as rampas que levarão os usuários ao ecossistema da Microsoft, tanto para consumidores quanto para empresas. Esses serviços não serão os pilares em termos de benefícios (ele apenas menciona alguns ganhos com assinaturas e anúncios): serão os dispositivos e serviços da empresa que fornecem poder econômico, os motores de todo o ecossistema. "

Já dissemos várias vezes: a Microsoft está muito melhor posicionada do que parece para enfrentar o futuro, e a chave está nos serviços empresariais. Muitas vezes nós os ignoramos porque não são fascinantes - quantos de vocês ficaram entusiasmados com as últimas mudanças no Microsoft Dynamics? - mas, na realidade, eles são um fluxo de dinheiro muito estável e contínuo para aqueles em Redmond, o que lhes dá uma grande almofada. Que outra empresa pode fazer o que quiser no consumo e ficar com 77% do seu faturamento (que soma Servidores + Empresas)?

A Microsoft tem espaço, muito espaço para arriscar e mudar completamente sua estratégia. Tudo o que resta, é claro, é acertar e tornar o ecossistema da Microsoft mais forte do que o da Apple ou do Google. Na diversidade, vence os dois: só f alta força e alcançar aquela relevância que precisa no mundo dos consumidores.

É nesta última carta que vejo mais claramente as razões de Ballmer para renunciar ao cargo de CEO.Ele disse onde a empresa precisa ir e preparou o caminho para a mudança. Agora só f alta isso mesmo: a mudança, os novos produtos que levem a Microsoft à vanguarda do mundo tecnológico. E para isso precisam de uma nova mente que arrisque mais e seja livre para pensar e executar uma estratégia de longo prazo.

Via | Microsoft