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Ballmer não tem certeza de seu progresso

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Anonim

Em agosto, a Microsoft anunciou que Steve Ballmer deixaria o cargo de CEO em algum momento nos próximos 12 meses. Os motivos de sua saída não são totalmente claros, mas um relato de Monica Langley, jornalista do Wall Street Journal que passou dois dias com Ballmer no campus da empresa em Redmond, ajuda a esclarecer alguns detalhes.

O relatório deixa claro em todos os lugares o quão difícil foi a decisão para Ballmer, que, apesar de tudo, acredita que é a decisão certa. Ficou claro para Langley desde a primeira conversa que teve com ele.Questionado se ele estava certo sobre sua decisão, Ballmer respondeu que ele pessoalmente não tem certeza sobre sair, mas ele é o melhor para a Microsoft

Ballmer considera a Microsoft como mais um filho. Não surpreendentemente, ele está na empresa há 33 de seus 57 anos e é seu segundo maior acionista individual. É por isso que não é difícil ver que sua decisão não foi nada fácil. Mas Ballmer entendeu que a Microsoft pode fazer melhor sem ele, e ninguém se importa mais com uma empresa que considera sua vida.

O próprio Ballmer percebeu que não está mais preparado para liderar a empresa, não apenas pelos novos desafios do setor, mas também pela própria cultura corporativa que ajudou a instilar.

Ballmer sabe que a Microsoft precisa mudar

Apesar dos bons resultados financeiros, Redmond sabe que a empresa precisa mudar.No ano passado, Ballmer e o conselho de administração chegaram ao seguinte acordo: enquanto mantém seu negócio de software empresarial, a Microsoft deve mudar sua organização e reorientar seus esforços em dispositivos móveis e serviços online, reduzindo sua dependência do mercado de PCs.

Ballmer parecia preparado para liderar a transição. Ele sempre entendeu que já estava na reta final do mandato, mas seu plano de aposentadoria demoraria um pouco mais. Ele pretendia manter o cargo por mais quatro anos e liderar a virada da Microsoft para a empresa de dispositivos e serviços que descreveu em sua carta aos acionistas no ano passado. Ele até começou a planejar sua própria sucessão marcando entrevistas com possíveis candidatos a CEO.

Nos últimos meses, Ballmer tentou adaptar a si mesmo e a empresa a um novo mundo

O plano de mudança da Microsoft foi posto em prática no ano passado, mas algumas etapas tiveram que esperar. Ballmer preferiu deixar a reestruturação interna para depois, para não alterar o lançamento do Windows 8 em outubro. Depois disso, ele tentou adaptar a empresa e a si mesmo a um novo mundo. Ele estava mudando, e até mesmo seus indicados ao longo dos anos sentiram a mudança, não apenas na organização, mas também na maneira de Steve trabalhar.

Mas o tempo corria contra ele. Por mais que o conselho de administração gostasse de seu novo plano, eles não esperariam muito. Em janeiro deste ano começaram a pedir para ele ir mais rápido. O presidente do conselho, John Thompson, diz que, embora "não tenham forçado Steve a renunciar", foram "pressionados a ir mais rápido". O conselho acredita que a empresa precisa de uma transformação que está demorando muito, assim como os grandes investidores que também estão pressionando nessa direção.

E a mudança começa em você mesmo

Ballmer não é um CEO ruim. Durante sua gestão, ele conseguiu que a Microsoft triplicasse seu faturamento para 78 bilhões de dólares no último ano fiscal, e aumentou seus lucros em 132%, fechando com 22 bilhões de dólares naquele ano. Mas, por mais que os números estejam do seu lado, todo mundo parece querer um novo CEO capaz de inovar em áreas que lhe f altavam: celulares, tablets, serviços internet e até mesmo a tecnologia takeaway emergente.

Ballmer começou a perceber que havia se tornado um padrão para a Microsoft que precisava ser quebrado

Por mais que se esforçasse, ele próprio começou a se questionar se conseguiria cumprir o ritmo exigido pela diretoria. Em maio passado, ele começou a pensar que talvez a Microsoft pudesse mudar mais rapidamente sem ele.Por mais que se esforçasse para mudar, sempre haveria dúvidas nos outros: funcionários, gestores, investidores, sócios e consumidores; que teria dificuldade em acreditar o quão sério e determinado ele estava sobre isso. Tornou-se um padrão que precisava ser quebrado.

No final daquele mesmo mês de maio foi tomada a decisão: ele teve que deixar o cargo de CEO Ballmer chamou John Thompson para notificá-lo de sua decisão. A notícia não pareceu surpreender o conselho de administração da Microsoft. Muitos dos membros consideraram que talvez “novos olhos e ouvidos possam acelerar o que estamos tentando fazer aqui”.

Um dos membros do conselho é seu antecessor, Bill Gates, que entende melhor do que ninguém como é difícil para Ballmer deixar uma empresa que considera sua vida. Gates deixou o cargo de CEO da Microsoft em junho de 2008 e está envolvido em filantropia com sua fundação desde então.

Ballmer também encontrará seu lugar. Não surpreendentemente, ele já recebeu ofertas de todos os tipos, desde um professor universitário até o técnico do time de basquete da escola de seu filho. Apesar de não descartar a possibilidade de continuar como gerente na Microsoft, o que ele parece ter certeza é que não voltará a comandar uma grande empresa.

Em 21 de agosto, o conselho de administração da Microsoft aceitou a aposentadoria de Steve Ballmer. A notícia foi divulgada no último dia 23. Desde então a busca por um substituto continua E podemos saber disso em breve, já que o conselho planeja se reunir no dia 19 de novembro, durante a reunião anual da empresa com acionistas, para dar continuidade ao processo.

Via | Jornal de Wall Street

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